“Música estereotipada, pessoas que não têm nada a ver com a nossa cultura, enriquecendo às custas daquilo que não lhes pertence. O São João é uma festa do povo, da sanfona, do triângulo, da zabumba, dos artistas identificados com a nossa cultura. [Agora] É o maior festival de breganejo do mundo. Não é mais o maior São João”, diz.
Em outra postagem, dirigida à Coordenação de Comunicação da Prefeitura de Campina Grande, o músico fala sobre a escolha dos artistas da grade do evento. “Há espaço para todos os ritmos em todos os locais. Não sou ingênuo para achar que grandes eventos de massa não são regidos também por interesses comerciais. Mas não podem ser regidos só por interesses comerciais”, diz.
Alcymar ainda fala sobre a preocupação com a cultura. “O que me preocupa é aquela criança de 5 anos, em formação de personalidade, que vai pela primeira vez com os pais ao Parque do Povo. Ela se verá no palco? Estará no palco uma representação de uma cultura dela que ela possa se identificar, gostar, preservar e levar para seu futuro? Não. Estará no palco a representação momentânea e efêmera desses tempos loucos, de poucos valores e muitas desvirtuações que vivemos. Estará no palco a escolha de um gestor público pela moda, e não pela cultura. Estará no palco, ao vivo e a cores, a morte da cultura nordestina-brasileira. Aplaudida e cantada, uníssono.”
Esse ano, a festa não está sendo realizada pela Prefeitura de Campina Grande, que passou a ser uma patrocinadora do evento. O município vai pagar quase R$ 3 milhões para que a empresa realize a festa junina. Com a terceirização, a prefeitura informou que vai economizar cerca de R$ 5 milhões.
Apesar da terceirização, já no edital do processo licitatório, a Prefeitura de Campina Grande especificou uma lista de atrações de interesse, obrigando prioridade aos artistas citados. O prefeito Romero Rodrigues destacou que, caso a empresa não consiga fechar contrato com o artista indicado, ela pode procurar outra atração que tenha o mesmo valor e atenda ao mesmo estilo de música e ritmo.
Fonte: Jair Sampaio
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