om as chuvas e o vento forte que estão ocorrendo em parte do Nordeste, os especialistas esperam que o fenômeno La Ninã (que constitui na diminuição da temperatura do Oceano Pacífico) permaneça até meados de 2018. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), essa e outras condições climáticas favorecem a ocorrência de chuvas na no final de 2017 e no início do próximo ano. O estado enfrenta seu sexto consecutivo de seca. Essa é considerada a estiagem mais severa da história.
Segundo Gilmar Bristot, gerente de meteorologia da Emparn, o mês de outubro tem apresentado uma característica climática diferente dos últimos anos, com relação às condições de chuva e temperatura, principalmente na região litorânea. A presença de águas mais frias do que o normal ao longo da faixa equatorial do oceano Pacífico (Lá Niña), tem influenciado na ocorrência de ventos mais forte do que o normal, maior umidade e, consequentemente, mais chuvas.
No interior, em algumas áreas do Alto Oeste, Chapada do Apodi, Seridó e Agreste, também ocorrem pancadas de chuvas ocasionadas por sistemas meteorológicos transientes, como restos de frentes frias e circulação do ar em altos níveis da atmosfera. "A previsão é de permanência do fenômeno pelo menos até meados de 2018, o que indica que não teremos formação de bloqueios ocasionados pelo comportamento do Oceano Pacífico no período chuvoso de 2018, facilitando assim o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (sistema meteorológico que causa as chuvas na Região Nordeste no período de fevereiro a maio) para próximo do Nordeste Brasileiro nos meses de fevereiro a maio de 2018", informou.
Também nos meses de novembro, dezembro e janeiro de 2018 poderão ocorrer chuvas decorrentes da atuação de Vórtices Ciclônicos de Ar Superior ( VCANS), mas não é possível prever o período nem a intensidade delas.
Ainda de acordo com o meteorologista, a ocorrência de chuva no Nordeste, no período de fevereiro a maio, depende de vários fatores. Entre eles estão as condições dos oceanos Pacífico e Atlântico e a atividade solar. Analisando o oceano Pacífico, a previsão é favorável às chuvas em 2018. Um dos fatores é a diminuição da atividade solar. De acordo com ele, quando a atividade solar aumenta, diminui a ocorrência de chuva na região. Da mesma forma, quando ela diminui, aumenta a ocorrência de chuvas. Foi o caso dos anos de 2008 e 2009 - último período de mínimo da atividade solar. "Assim é mais uma variável que estará favorável em 2018. Somente ainda estamos analisando as condições termodinâmicas do Oceano Atlântico, que por ser um oceano menor ainda não é possível determinar como será o seu comportamento em 2018”, complementa.
Devido à seca, 153 dos 167 municípios potiguares estão em situação de emergência.
Fonte G1RN
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