Homem diz que foi sequestrado para resgatar armas de traficantes em mata

Um vídeo da operação policial - que resultou na prisão de três pessoas dentro de uma embarcação na Baía de Guanabara na madrugada desta terça-feira - mostra o depoimento do piloto do barco que diz ter sido sequestrado pelos traficantes para ajudá-los a resgatar armas abandonadas na mata do Morro do Pão de Açúcar. O armamento, que seria do Terceiro Comando, teria sido deixado para trás quando os criminosos a Vila dos Pinheiros, da mesma facção, fugiam do Morro da Babilônia para onde teriam se deslocado em apoio à quadrilha local que tentava impedir uma invasão do Comando Vermelho. As imagens mostram ainda um criminoso do Chapéu Mangueira, que fica ao lado da Babilônia, afirmando que foi obrigado a acompanhar o grupo e, a polícia investiga se ele foi levado como guia já que conhece melhor a região e a localização do paiol. Os policiais tentam descobrir quem é o dono da embarcação, que partiu de Niterói.

"Eu sou da Gigóia, os caras me usaram para eu poder voltar para a casa. Estou sendo sincero como senhor", diz o piloto, um dos detidos, para um dos policiais, "eu sou doido pra voltar para casa, entendeu?"

As imagens mostram os policiais, ainda no mar, no momento em que eles abordaram os bandidos que voltavam já com o armamento recolhido, perto da Praia Vermelha. O delegado Marcus Amin, da 27ª DP (Vicente de Carvalho), disse que os cinco policiais que participaram da operação já investigavam o grupo e estavam em Niterói quando receberam a denúncia, o que permitiu interceptar o carregamento.

Os policiais requisitaram a ajuda de um barqueiro para ir atrás dos suspeitos e prendê-los.

- Estávamos numa operação em Niterói e fomos a um cais onde requisitamos administrativamente uma embarcação e, consequentemente, o responsável por ela para que a pilotasse. A requisição administrativa em caso de urgência está na Constituição Federal. É o interesse coletivo que se sobrepõe ao particular. Obviamente, se acontecesse alguma coisa, o estado arcaria - disse o delegado Amin.

Nas imagens, há fuzis de modelos diferentes dentro da embarcação, que teriam sido deixados no meio do mato. Havia ainda pistolas e munição. De acordo com a polícia, foram cinco fuzis calibre 762, cinco granadas, três pistolas de origem americana, grande quantidade de munição e carregadores de fuzil. Na sexta-feira, houve intensa troca de tiros entre policiais e bandidos na mata perto do Pão de Açúcar, que tentavam escapar do cerco policial pela região do ponto turístico. Pela primeira vez, o bondinho teve seu funcionamento interrompido por cerca de quinze minutos em razão da falta de segurança. Sete suspeitos foram mortos durante os confrontos, e os corpos foram encontrados no domingo.

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