O candidato do P à Presidência da República, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (8) em entrevista ao Jornal Nacional ter desistido de propor uma constituinte se eleito, conforme previa inicialmente o programa de governo do partido. Ele afirmou que pretende fazer reformas, como a bancária e a tributária, por meio de propostas de emenda constitucional enviadas ao Congresso.
O presidenciável do PT, que disputará o segundo turno da eleição com Jair Bolsonaro (PSL), também disse discordar do companheiro de partido José Dirceu. Em entrevista ao jornal "El Pais", o ex-ministro afirmou que é "uma questão de tempo para a gente tomar o poder".
Depois de Haddad ter feito uma apresentação inicial de dois minutos, ele respondeu a duas perguntas da jornalista Renata Vasconcellos:
Na primeira a apresentadora do JN afirmou:
"O seu programa de governo prevê a convocação de uma assembleia constituinte. Para mudar a Constituição brasileira, a chamada Constituição cidadã, que é o que garante a nossa democracia e que acabou de completar apenas 30 anos, juristas dizem que a nossa Constituição não permite a convocação de uma constituinte, não há previsão para isso. Só há a previsão de reforma por emenda constitucional, que precisa da aprovação de três quintos dos deputados e dos senadores. E essas emendas não podem mudar cláusulas pétreas. Essas não podem ser alteradas de jeito nenhum".
Haddad respondeu o seguinte:
"Em primeiro lugar, sobre a primeira pergunta, nós revimos o nosso posicionamento. Nós vamos fazer as reformas devidas por emenda constitucional".
Em seguida, acrescentou que as reformas que pretende fazer se for eleito são a tributária e a bancária, além da revogação da Emenda Constitucional 95, proposta pelo presidente Michel Temer e aprovada pelo Congresso Nacional, segundo a qual os gastos da União não podem crescer acima da inflação registrada no ano anterior.
Na segunda pergunta, Renata Vasconcelos questionou Haddad sobre declaração de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente do PT, segundo a qual "dentro do país, é uma questão de tempo para a gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, o que é diferente de ganhar uma eleição".
"O que o senhor diria aos seus críticos que se preocupam com a democracia brasileira no caso de o senhor se eleger presidente?", indagou a jornalista.
Haddad, então, respondeu: "O ex-ministro não participa da minha campanha, não participará do meu governo e eu discordo da formulação desta frase. Para mim, a democracia está sempre em primeiro lugar".
Por G1
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