Um casal de lésbicas registrou nesta terça-feira (8) dois boletins de ocorrência contra um adolescente de 17 anos e seu pai por agressões físicas, morais e verbais sofridas no dia 27 de dezembro no bairro Planalto, na Zona Oeste de Natal. De acordo com as vítimas, o caso aconteceu no condomínio onde elas e os agressores moram. O filho delas, de nove anos, também foi agredido.
Uma das mulheres teve o braço quebrado e vai fazer uma cirurgia para implantação de pinos na tarde desta terça-feira (8). Ela disse que foi empurrada pelo adulto e chutada pelo adolescente já no chão. Ninguém foi preso em flagrante.
A assistente social Vanessa Macambira dos Santos mora no condomínio desde 2009. Segundo ela, agressões começaram nos últimos meses, principalmente contra o filho de 9 anos, que foi xingado várias vezes pelos meninos do condomínio.
Na noite do dia 27 de dezembro, o garoto estava brincando no pátio, quando, por volta das 20h, chamou a mãe dizendo que os meninos estavam brigando com ele e que um adolescente o havia empurrado.
Ela afirmou que desceu e tentou conversar com as crianças. Ainda afirmou ao adolescente que ele poderia responder pelas agressões físicas e verbais de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. O rapaz de 17 anos então teria se exaltado, xingado a mulher e afirmado que bateria no menino. "Disse ainda que toda 'sapatão' deveria morrer", lembra ela.
Vanessa subiu para o apartamento com o filho, mas sua companheira, Glícia Brandão, desceu para tentar conversar com o adolescente e seus pais. Porém, durante a discussão, o garoto empurrou ela violentamente. Vanessa disse que, voltando do apartamento e vendo a situação, partiu para cima do garoto tentando contê-lo. Foi quando quando o pai do adolescente a empurrou, ela caiu no chão e o filho passou a chutá-la.
"Um dos chutes atingiu meu braço esquerdo e senti que havia fraturado na hora. Glícia tentou afastar ele de mim, pois ele ainda continuava me chutando já com o braço quebrado, e ele desferiu socos no rosto de Glícia que teve os óculos quebrados. Glícia começou a sangrar bastante", lembra.
De acordo com Vanessa, várias pessoas presenciaram a cena, mas não fizeram nada. As agressões só pararam depois que a mãe do garoto gritou para ele parar e ele saiu correndo para o apartamento.
As vítimas foram para o Hospital Walfredo Gurgel, onde foram atendidas. Elas não conseguiram registrar o caso no mesmo dia por causa da paralisação da polícia civil, que acontecia na época. Apenas prisões em flagrante estavam sendo realizadas.
Elas conseguiram fazer o primeiro boletim de ocorrência no dia 29, na Delegacia de Plantão. Além de prestar queixa, as mulheres passaram por exames de corpo de delino no Instituto Técnico- Científico de Perícia (Itep). Nesta terça-feira (8), o casal foi à Delegacia Especial da Criança e do Adolescente (DEA) e à Delegacia do Bairro, onde denunciou o adolescente e seu pai.
Do G1 RN
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