Empresário é agredido em banco e denuncia racismo de funcionários e PM - O IRREVERENTE

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Empresário é agredido em banco e denuncia racismo de funcionários e PM

Um empresário foi agredido por policiais militares dentro de uma agência da Caixa Econômica Federal, em Salvador, na Bahia. A violência foi registrada pela filha do cliente do banco, uma adolescente de 15 anos, que o acompanhava na tentativa de resolver um problema burocrático de sua empresa, a Farmácia Terral, que fica em Salinas das Margaridas, no Recôncavo baiano. Crispim Terral, de 34 anos, denuncia a gerência da unidade e também os policiais por racismo. O caso foi parar na Corregedoria da PM.

O cliente tentava solicitar um suposto comprovante de pagamento de dois cheques pagos pela Caixa Econômica e que foram devolvidos por estar sem fundo e sem fundo pela segunda vez. No entanto, de acordo com o cliente do banco, os cheques estavam em mãos e, por essa razão, ele queria a devolução dos R$ 2.056 retirados da conta indevidamente. O empresário conta que estava na fila há mais de quatro horas e não havia recebido atendimento ou atenção por parte do gerente, por essa razão, optou por procurar a Gerência Geral da unidade. Foi quando a situação saiu do controle.

“Com muita tristeza, eu venho por meio deste relato expressar a minha indignação e revolta contra o preconceito racial. Pela oitava vez, desta vez na companhia de minha filha, fui surpreendido mais uma vez pelo gerente responsável pela minha conta. Naquele momento, me atendeu de forma indiferente enquanto me deixou esperando na sua mesa por quatro horas e 47 minutos e foi atender outras pessoas em outra mesa. Indignado com a situação, me dirigi a mesa do gerente geral, que da mesma forma e ainda mais ríspido me atendeu com mais indiferença. Quando pensei que não poderia piorar, fui surpreendido com a seguinte fala ‘se o senhor não se retirar da minha mesa, vou chamar uma guarnição’ e assim o fez”, desabafou nas redes sociais a vítima.

“Ele chamou a guarnição, e dois policiais me pediram, no primeiro momento, de forma educada para que pudéssemos nos dirigir juntamente com o gerente até a delegacia para prestar esclarecimentos. Até aí tudo bem. O problema foi que, ao descer ao térreo da agência, o gerente falou que só iria à delegacia se os policiais me algemassem e que ele ‘não faz acordos com esse tipo de gente’. Eu tenho um vídeo desse momento terrível e absurdo. Está disponível para vocês verem. Em pleno século 21, fui tratado de forma ríspida e claramente fui vítima de preconceito racial”, denunciou.

O caso aconteceu na agência da Caixa do Relógio de São Pedro, na última terça-feira (19). Através de nota oficial, a Caixa informou que “até o momento não foi identificada, por parte de nenhum dos seus empregados ou colaboradores, qualquer atitude de cunho discriminatório. A Caixa repudia atitudes racistas ou de discriminação cometidas contra qualquer pessoa”, declarou.

A imobilização do empresário foi toda filmada pela filha dele, que o acompanhava, através de um celular. Após ter sido alvo de uma gravata, o homem caiu, chegou a ser arrastado e, em seguida, se levantou. Ele conta que foi conduzido pelos policiais até a Central de Flagrantes, onde foi autuado por desobediência e resistência. Posteriormente, foi à UPA dos Barris, onde recebeu atendimento por sentir fortes dores no maxilar, cabeça, pescoço e ombro esquerdo. No dia seguinte, uma queixa foi registrada contra os policiais na Corregedoria da PM.

Em entrevista ao jornal Correio, o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, adiantou que o caso está sendo investigado. “Estamos apurando. Recebemos o vídeo e encaminhamos à Corregedoria (PM) para que fossem ouvidas todas as pessoas envolvidas, inclusive saber da atuação policial e com certeza daremos uma resposta”, disse.

Em nota, a PM informou que o 18º Batalhão da Polícia Militar (BPM/Centro Histórico) foi acionado por prepostos da agência porque um dos clientes se recusava a deixar o local mesmo após o término do expediente. No documento, eles dizem que os policiais militares conversaram com o gerente da agência, e ele relatou que o cliente estava solicitando um comprovante de transação, que não poderia ser fornecido naquele momento, e pediu a remoção dele do interior do estabelecimento em razão do encerramento do expediente bancário.

“Os policiais, então, dirigiram-se ao homem e solicitaram que ele acompanhasse a equipe junto com o representante da agência bancária à delegacia, para formalização da ocorrência em razão do impasse gerado pelo conflito de interesses. Os policiais relataram que o cidadão começou a se exaltar e dizer que não sairia da agência sem ter a sua demanda atendida, contrariando a recomendação das autoridades que intervieram no conflito”. A PM alega ainda que “houve a necessidade de empregar a força proporcional para fazer cumprir a ordem legal exarada, mesmo após diversas tentativas de conduzi-lo sem o emprego da força. Ele não foi algemado. O vídeo divulgado mostra uma condução técnica dos policiais militares na ação e também observa-se uma edição suprimindo parte do ocorrido”.

Uma sindicância será instaurada pelo batalhão para investigar todas as circunstâncias da operação.


OP9

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