Antes da Chacina de NÃsia completar um mês, no dia 15 de agosto do mesmo ano, Luiz Benes Leocádio de Araújo Júnior, 16 anos, filho do ex-prefeito de Lajes, Benes Leocádio foi sequestrado por dois adolescentes e acabou morrendo em ação da polÃcia na Zona Norte de Natal.
No dia 19 de setembro, o corpo de Moisés Francisco da Silva, 22 anos, foi encontrado esquartejado à s margens do Rio Potengi, na Região Metropolitana de Natal. De acordo com o delegado de São Gonçalo do Amarante, Luciano Augusto, a vÃtima era de uma localidade dominada por uma facção criminosa e foi frequentar uma área dominada por outra.
Esses casos comprovam a realidade de violência e mortandade de jovens no estado. No Rio Grande do Norte, três jovens são assassinados por dia, de acordo com o Observatório da Violência do RN (Obvio). Segundo o levantamento “Mortandade da Juventude” divulgado pelo Obvio na terça-feira (26), 4.560 mil jovens entre 16 e 29 anos foram assassinados no Rio Grande do Norte entre os anos de 2015 e 2018.
O estudo aponta que 95% dos jovens vÃtimas de mortes violentas são do sexo masculino e 86,4% solteiros. O perfil traçado pelo Obvio também mostra que 90% dos jovens assassinados são de cores de pele parda e negra. Desse total, 63% não tinham atividade remunerada.
Sobre as regiões do estado onde a maior parte dos crimes são registrados, a região Leste Potiguar, na qual Natal e Região Metropolitana estão inseridas, lidera com 62,1% dos casos. Somente na Grande Natal, foram registrados 2.698 mortes violentas de jovens neste perÃodo, o que corresponde a 59,2% do total.
O especialista em segurança pública e coordenador do Obvio e Coordenadoria de Informações EstatÃsticas e Análises Criminais (Coine), instituição ligada à Secretaria de Segurança e Defesa Social do RN (Sesed), Ivênio Hermes, ressalta no estudo que a mortandade da juventude potiguar ocorrida durante os anos de 2011 e 2018 equivale à população de diversos municÃpios do estado.
“Foram 7.729 jovens assassinados nesse perÃodo de 8 anos. Um olhar aprofundado e consciente é fundamental para a promoção de mudanças nessa realidade tão cruel. Mais do que simplesmente criminalizar o jovem ou reconhecê-lo apenas como dado estatÃstico, é necessário se antecipar aos elementos desencadeadores da vitimização da juventude,” destacou o especialista na conclusão do relatório.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (Sesed) afirma que a Divisão Especializada em HomicÃdios e Proteção à Pessoa (DHPP) deve se pronunciar sobre a análise do relatório do Obvio.
OP9
Nenhum comentário:
Postar um comentário