O escritor Olavo de Carvalho decidiu registrar uma queixa-crime contra o cantor Caetano Veloso após um artigo publicado pelo artista no jornal ‘Folha de S.Paulo’.
No artigo em questão, Caetano criticou uma postagem de Olavo, considerado guru de Bolsonaro, feita nas redes sociais pouco antes do segundo turno das eleições. “Olavo de Carvalho sugere em texto que, caso Bolsonaro se eleja, imediatamente à sua posse seus opositores sejam não apenas derrotados mas totalmente destruídos enquanto grupos, organizações e até indivíduos”, escreveu o músico na ocasião.
Caetano afirmou, na ocasião, que a postagem do escritor se tratava de um “autoritarismo matador”. “Considero o texto de Olavo incitação à violência. Vamos fingir que o candidato dele já venceu a eleição e, por isso, pode mandar matar quem não votou nele?”, perguntava no texto.
Agora, segundo a publicação, a queixa-crime pede que Caetano responda pelos crimes de calúnia, difamação e injúria. Olavo de Carvalho alega que o artista teria ofendido sua honra ao publicar o artigo.
O advogado de Olavo, Francisco Carlos Cabrera, que assina a petição, refere-se ao músico como “canalha”, “delinquente travestido de colunista”. “Caetano é um delinquente e terá que provar suas acusações, ou o zeloso poder Judiciário estará sendo raso com quem lhe ataca”, disse o representante.
Entre as testemunhas sugeridas pela defesa de Olavo estão o chanceler Ernesto Araújo, o ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez e o jurista Ives Gandra Martins.
Na semana passada, o Ministério Público de São Paulo, por meio do promotor de justiça criminal Cassio Roberto Conserino, entendeu que a queixa-crime deve seguir tramitando e que os supostos crimes não prescreveram, mas pediu “reparos” à ação inicial registrada pelo advogado de Olavo de Carvalho.
Agora, um juiz vai avaliar as alegações para prosseguir com o caso.
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