O presidente Jair Bolsonaro (PSL) sinalizou sua candidatura à reeleição em discurso de improviso na manhã desta quinta-feira (20) em Eldorado, cidade onde foi criado, no interior de São Paulo.
“Meu muito obrigado a quem votou e a quem não votou em mim também. Lá na frente todos votarão, tenho certeza disso”, disse o presidente, em discurso no qual estava cercado por moradores.
Em entrevista à revista Veja, publicada no final de maio, o presidente já havia admitido disputar mais um mandato em 2002. A condição para isso não ocorrer seria a aprovação de uma ampla reforma política, o que não está no horizonte do Congresso.
“Se a gente fizer uma boa reforma política eu topo ir para o sacrifício e não disputar a reeleição. Porque um dos grandes problemas do Brasil na política é a reeleição. O cara chega ao final do primeiro mandato dele, ou ele quer continuar no poder, que lhe deu fama e prestígio, ou ele quer continuar porque se o outro, o adversário, assumir vai levantar os esqueletos que ele tem no armário. Existe isso no Brasil.”
“Então o meu caso é o seguinte: com uma boa reforma política, que diminuiria o número de parlamentares de 500 para 400, entre outras coisas mais, eu toparia entrar nesse bolo aí de não disputar a eleição.”
Marcha para Jesus
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira (20), durante a Marcha para Jesus, na zona norte de São Paulo, que o país sofre com problemas de ética, moral e economia.
Recebido aos gritos de “mito”, com escassas vaias, ele conclamou a população de pé a ser o “ponto de inflexão para o Brasil ser um dia colocado no lugar de destaque que merece”, depois de dizer ser de comum conhecimento que o país “tem um problema seríssimo de moral, ética e economia”.
“Foi Ele quem nos deu a Presidência”, disse nesta quinta-feira de Corpus Christi. Ali estava, enfim, o presidente “de um Estado que é laico, mas ele é cristão”.
O presidente foi o primeiro ocupante do Palácio do Planalto a passar neste que é o maior evento evangélico do Brasil, a Marcha para Jesus, idealizado em 1993 pela igreja de Hernandes, a Renascer em Cristo.
O evento serviu para Bolsonaro renovar seu pacto com os evangélicos, segmento que lhe apoiou em peso na eleição. O presidente, um católico com esposa e filhos evangélicos, investiu na ideia de que ele e o público eram um só.
Afirmou ainda que os evangélicos “foram decisivos para mudar o país” e que, se era Deus acima de todos, logo depois vinha “a família respeitada e tradicional acima de tudo”.
Aos milhares de participantes Bolsonaro agradeceu a Deus por estar vivo, numa referência à tentativa de assassinato no ano passado em Juiz de Fora (MG).
Disse ainda estar cumprindo as promessas de campanha e que a população e a classe política precisam acreditar que podem fazer a diferença para a melhoria do país.
Horas antes, ele havia sinalizado sua candidatura à reeleição, em passagem por Eldorado (SP), cidade onde foi criado.
No palco, o deputado Marco Feliciano (Pode-SP), também um pastor da Assembleia de Deus, disse ao público que no giro pelo interior paulista que Bolsonaro, 64, pegou a mãe, dona Olinda, 92, no colo, e juntos mãe e filhos “cantaram uma canção italiana que só eles entendem”.
Bolsonaro a revelou: “Mamma, Son Tanto Felice”. Em português: “Mamãe, estou tão feliz”.
O presidente estava sorridente na marcha, rodeado de aliados como a bispa Sonia Hernandes, da Renascer em Cristo, igreja que idealizou o evento 27 anos atrás. “Pela primeira vez na Presidência o Brasil viu o nome de Deus acima de todos, e a família foi honrada”, disse ela.
O presidente pediu à plateia para “mandar um grande abraço à evangélica Michelle”, sua esposa, e ainda fez gracejo com o apóstolo Valdemiro Santiago, da Mundial do Poder de Deus, uma das autoridades políticas e religiosas no palco (o prefeito Bruno Covas também estava e acabou vaiado pela multidão).
Bolsonaro pegou o chapéu de vaqueiro, uma das marcas de Valdemiro, pôs na cabeça e depois jogou o adereço para o público. Prometeu voltar à Marcha para Jesus no ano que vem, “se Deus quiser”.
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