Erivan Pereira da Silva, de 22 anos, e Rita Lanca Cruz de Oliveira, de 19, foram mortos juntos e tiveram os corpos queimados dentro de uma casa em Ceará-Mirim, Grande Natal. O crime aconteceu em 22 de julho de 2017, um sábado. Somente naquele fim de semana, 32 pessoas foram assassinadas no Rio Grande do Norte. A maior parte foi de jovens.
Erivan e Rita estão entre as 1.366 pessoas na faixa etária entre 15 e 29 anos de idade que foram vítimas de homicídio naquele ano. O RN foi o estado brasileiro com a maior taxa de assassinato de jovens em 2017. De acordo com o Atlas da Violência, divulgado nesta quarta-feira (5), a taxa homicídios por 100 mil habitantes de vítimas com essas idades no estado potiguar foi de 152,3. A taxa nacional foi de 69,9.
O Atlas é feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O levantamento traz os dados de homicídios de todo o Brasil no recorte que compreende os anos entre 2007 e 2017. Segundo o estudo, foram 65.602 pessoas assassinadas em 2017. O número indica o registro de 1.707 mortes a mais que o divulgado pelo próprio fórum em seu anuário, que tem como base os dados das secretarias da Segurança.
No que diz respeito ao Rio Grande do Norte, o Atlas da Violência aponta para a ocorrência de 2.203 homicídios naquele ano. O crescimento foi de 274% em 10 anos. Com relação a este grupo etário dos jovens, entre 15 e 29 anos de idade, a taxa de registro por 100 mil habitantes saiu de 34,8% em 2007 para 152,3% em 2017. A variação é de 338,1%.
Violência contra a mulher
O Rio Grande do Norte também está entre as primeiras colocações na lista de assassinatos contra mulheres. O estudo feito pelo Atlas da Violência mostra que houve um crescimento na taxa de homicídio contra pessoas do sexo feminino.
Foi um aumento de 214,4% de 2007 para 2017, saindo de 2,6 casos por 100 mil habitantes para 8,3. É o 2º maior crescimento do país, junto com o Acre, ficando atrás apenas de Roraima. Em 2007 foram 42 ocorrências dessa natureza, contra 148 em 2017.
Houve ainda, segundo o levantamento, um aumento na quantidade de casos de assassinatos de mulheres negras no RN. Eram 25 registros em 2007, que saltaram para 129 dez anos depois. Por grupo de 100 mil habitantes, a taxa indica um aumento de 385,3%.
De acordo com o Atlas, a variação no mesmo período da taxa de homicídios de mulheres não negras por 100 mil habitantes foi de 29,5 no estado potiguar.
O levantamento não tipifica os crimes e, portanto, não diferencia quais desses casos configuraram feminicídio, quando o motivo do homicídio é o gênero da mulher. No entanto, o Atlas da Violência revela que do total de 4.936 mulheres mortas em 2017, 1.407 foram assassinadas dentro da própria casa, o que é um indicativo do crime de feminicídio, segundo o próprio estudo.
Por G1RN
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