Troca de mensagens mostra que procuradora foi excluída de audiência de Lula após crítica de Moro - O IRREVERENTE

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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Troca de mensagens mostra que procuradora foi excluída de audiência de Lula após crítica de Moro



Troca de mensagens obtidas pelo site "The Intercept" e divulgadas pela Rádio BandNews FM na noite desta quinta-feira indicam que os procuradores da Lava-Jato combinaram uma mudança na escala de quem participaria da audiência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá, em maio de 2017, após comentários do então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça.

De acordo com o trecho das conversas que foi vazado pelo jornalista Reinaldo Azevedo no programa "O É da Coisa", em 13 de março de 2017, Moro enviou mensagem para o procurador chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba Deltan Dallagnol pedindo para substituir a procuradora Laura Tessler que teria tido, segundo o juiz, fraco desempenho na arguição oral de uma outra audiência.

Na sequência, Dallagnol enviou mensagem pelo Telegram ao colega Carlos Fernando dos Santos Lima para discutir o assunto. Além de reproduzir o recado de Moro, Dallagnol pede a Carlos Fernando para organizar uma reunião em que debateriam uma “estratégia de inquirição” para a audiência de Lula.

Ainda segundo o programa de rádio, Deltan teria dito que seria melhor irem dois procuradores. Carlos Fernando responde que tinha pensado em "Julio ou Robinho".

Na audiência, que ocorreu dois meses após a troca de mensagens, o Ministério Público Federal (MPF) foi representado pelos procuradores Júlio Noronha e Roberson Pozzobon.

A legislação penal brasileira veda a influência de juízes na escolha dos integrantes da acusação.

Em audiência no Senado nesta quarta-feira, Moro disse não haver nada de “ilícito” na conversa com Dallagnol. O atual ministro da Justiça também afirmou que a procuradora Tessler “continuou e continua” atuando no cargo.

Em nota enviada nesta quinta-feira, o Ministério da Justiça informou que não reconhece a autenticidade das mensagens, "pois pode ter sido editada ou adulterada pelo grupo criminoso, que mesmo se autêntica nada tem de ilícita ou antiética".

"Na suposta mensagem não haveria nenhuma contradição com a fala do ministro ao Senado Federal, como especulado. Cabe esclarecer que o texto atribuído ao Ministro fala por si, não havendo qualquer solicitação de substituição da procuradora, que continuou participando de audiências nos processos e atuando na Operação Lava Jato.

Por EXTRA 

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