Ansiedade é principal mal adquirido por vigilantes de carros-fortes - O IRREVERENTE

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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Ansiedade é principal mal adquirido por vigilantes de carros-fortes



Profissionais que realizam atividades de riscos são mais propensos a desenvolver problemas psicológicos e psiquiátricos. Os vigilantes de carros-fortes e policiais militares são alguns dos profissionais mais afetados nesse quesito. A psiquiatra Silvia Donato ressalta que o trabalhador e a empresa devem estar atentos e atuarem juntos para solucionar esses problemas.

“Os trabalhadores que são expostos a situação de estresses e de violência, geralmente, desenvolvem transtornos do campo da ansiedade. São casos de ansiedade generalizada e episódios de pânico. Se a pessoa for vítima de alguma violência marcante ou de ameaça à vida pode desenvolver um transtorno de estresse pós-traumático”, detalha a psiquiatra.

Ainda segundo a profissional, o transtorno de ansiedade generalizada é uma reação anormal a um determinado evento. “O medo é natural do ser humano, já a ansiedade é uma reação exagerada. As pessoas podem ter palpitações, tremor e suor em momentos que elas deveriam ter apenas medo. As empresas e os trabalhadores devem caminhar juntos e o trabalhador deve sinalizar para a empresa que está sofrendo com aquele tipo de trabalho”, completa.

O vigilante aposentado Gilson Pereira da Silva segue em tratamento e é acompanhado por um psiquiatra. “É muito triste a gente viver à base de remédios. Procurei ajuda por conta própria e a empresa não fez nada para me ajudar. Disse à médica que se eu voltasse a trabalhar iria fazer uma besteira dentro da empresa”, conta.

A psicóloga Socorro Furtado, que é gerente do CAPS Vicente Araújo da Prefeitura do Recife, lembra que as pessoas não devem deixar de procurar atendimento. “Não é vergonha a pessoa adoecer e não faz vergonha procurar ajuda. Muita gente não sabe, mas a Prefeitura do Recife disponibiliza atendimento gratuito nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Além disso, pessoas em crises também podem procurar as UPAs, que serão encaminhadas para unidades de referência”, explica Socorro.
Sindicato diz que trabalhadores correm riscos

Ataques em portas de agências bancárias, supermercados, postos de combustíveis e explosões em estradas. Esses são alguns dos tipos de abordagens criminosas praticadas contra os carros-fortes em Pernambuco. Segundo o Sindicato dos Vigilantes e Empregados de Transportes de Valores e Escolta Armada de Pernambuco (Sindfort-PE), cinco carros-fortes foram alvo de criminosos neste ano.

“No ano passado, foram registrados 11 crimes contra veículos de transportes de valores e no ano de 2017 o número chegou a 20 ocorrências. Em grande parte dessas investidas, os carros são explodidos”, aponta Cláudio Mendonça, presidente do Sindfort-PE.

Outro ponto destacado pelo sindicato são as armas utilizadas pelos profissionais, que têm poder muito abaixo do armamento utilizado pelos criminosos. “Os vigilantes trabalham apenas com uma espingarda calibre 12 e um revólver calibre 38. Faz até vergonha dizer isso, mas é a realidade”, conclui Mendonça.

A Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores ressalta que mais de 4,5 mil carros-fortes percorrem 6 mil km por dia para abastecer caixas eletrônicos de todo país. O montante transportado pelo Brasil chega a R$ 20 bi ao ano. A associação diz ainda que as empresas de transporte de valores têm ampliado, ano a ano, a frota de veículos blindados para assegurar a operação monetária. E que investe na capacitação e segurança dos vigilantes.

A associação segue explicando que os investimentos do setor em novos carros-fortes elevaram o número de veículos em quase 10% desde 2016, fortalecendo a presença de serviços de transporte de valores pelo país e também contribuindo para o desenvolvimento da indústria automobilística brasileira.

Por OP9

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