Luiz França de Lima, de 25 anos, que se passou por padre e morou durante um ano e meio na casa de uma família em Seropédica, na Baixada Fluminense, afirmou em depoimento à Polícia Civil, nesta terça-feira, que sempre teve o sonho de ser sacerdote. Ele também alegou ter distúrbio mental e traumas de infância, como a morte violenta de seu pai. Lima é acusado pelas vítimas de ter aplicado um golpe de mais de R$ 100 mil na família, que pretendia anular o casamento da filha. Ele é investigado pela 48ª DP (Seropédica).
Muito religiosos, pai, mãe e filha queriam anular o matrimônio da jovem porque ela descobriu que o marido é homossexual. Com isso, o casamento acabou e o rapaz está em um relacionamento com outro homem. Para custear as despesas que Lima alegou ter com o processo de anulação, a família fez empréstimos de mais de R$ 100 mil. O falso padre solicitou dinheiro para tradução, advogados, hospedagens e passagens aéreas, alegando necessitar da verba para resolver o problema.
Em depoimento, a jovem relatou à polícia que cedeu um quarto de sua residência porque Luiz relatou que havia passado em um concurso para dar aulas na Universidade Rural do Rio, também em Seropédica, e no período de um ano e meio conseguiria uma residência funcional para morar.
No período em que Lima morou na casa da família, a jovem relatou que, por ser muito católica, em alguns momentos percebeu que o rapaz “deixava a desejar” em vários ritos religiosos e cometia “diversos equívocos inaceitáveis para alguém com bastante experiência”. Para manter a farsa, o falso padre celebrava missas diariamente na casa da família.
Por causa do tempo que demorou o processo de anulação do casamento, a família passou a desconfiar de Lima. A jovem resolveu fazer contato com a Universidade Rural e descobriu que Lima não era professor da instituição. Além disso, teve informação de que ele não havia feito Doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Rio, como havia alegado.
Em seu depoimento à polícia, Lima admitiu que cursou apenas até a 5ª série do ensino fundamental e afirma ter recebido R$ 50 mil para anular o casamento de uma das vítimas, mas “não fez nada”. Ele afirmou que gastou o dinheiro com as viagens que fez e também comprando terrenos na cidade de Santa Cruz, Pernambuco.
As vítimas acusam Luiz de ter furtado ainda um celular na casa e acreditam que ele tenha instalado câmeras na residência. O rapaz, apesar de se apresentar como padre, admitiu à polícia que tem um relacionamento homossexual. Ele contou que confessou ao namorado que fingia ser padre, mas não contou ao rapaz que se passava por professor da Universidade Rural.
Após prestar depoimento nesta terça-feira, Luiz Lima foi liberado. Ele será indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de estelionato, furto qualificado e falsidade ideológica.
Por EXTRA
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