Confira no vídeo abaixo como ficou o lugar:
Atualmente, a capacidade da câmara-fria do Itep é para até 45 corpos. No momento da reportagem, 31 estavam a espera de liberação.
“Além da sujeira, falta de estrutura, desorganização e do mau cheiro que existiam aqui no necrotério, faltava humanidade aqui. Até os pedreiros que contratávamos para trabalhar em alguma obra aqui no necrotério desistiam do serviço. Agora é diferente. Está limpo, higienizado, foi todo adequado para poder oferecer aos nossos servidores um ambiente melhor de trabalho”, acrescentou o diretor.
Ainda de acordo com Marcos Brandão, foram investidos cerca de R$ 100 mil somente na reforma física do prédio e outros R$ 20 mil na compra de equipamentos de uso diário, como fardamentos, instrumentos cirúrgicos, máscaras e luvas de proteção, além de outros materiais que são usados durante as perícias.
“Uma melhora leva à outra. Hoje temos um fluxo melhor de trabalho no necrotério, sem acúmulo ou superlotação de corpos. E a tendência é de evoluirmos ainda mais. A normatização dos procedimentos que adotamos a partir da entrada de um corpo, tem este objetivo, que é padronizar a nossa rotina. E isso, com certeza, vai humanizar ainda mais o nosso trabalho”, ressaltou Brandão.
Servidor do Itep há 20 anos, Edmar Pereira ocupa a função de necrotomista. Ninguém mais apropriado do que ele para atestar o quanto o órgão progrediu nos últimos anos. “Antigamente era difícil. Hoje, temos um instituto padrão, um modelo a ser seguido”, afirmou.
E uma das razões, ainda de acordo com Edmar, está no setor de antropologia, onde são feitas as perícias para a identificação de ossadas. O setor foi criado recentemente e dá um suporte ainda maior aos profissionais do necrotério. “Antes, esta sala vivia cheia de caixas, de restos. Agora, é um laboratório. Aqui estudamos, aqui fazemos ciência”, acrescentou o necrotomista.
Tecnologia
A tecnologia também está presente no necrotério do Itep. E tem nome: flatscan, um scanner corporal capaz de detectar qualquer objeto estranho no corpo de uma pessoa em menos de 5 minutos. Com um aparelho de raio-x convencional, o procedimento podia levar até meia hora.
“Com o flatscan não precisamos nem tocar no corpo. A imagem do escaneamento é de alta definição. O aparelho também pesa o cadáver, o que também é importante para a elaboração do laudo pericial”, destacou Marcos Brandão.
O aparelho custou quase R$ 1 milhão. “Para o próximo ano, a nossa meta é adquirir mais dois aparelhos iguais a este. Um vamos instalar nas regionais de Mossoró e Caicó”, revelou Tiago Tadeu, chefe de gabinete do Itep.
POP
O Procedimento Operacional Padrão é o documento que, a partir de sua publicação, vai oficializar os procedimentos de rotina no necrotério do Itep-RN. É a partir dele que os peritos, técnicos ou servidores que trabalham no setor, devem se orientar desde o recebimento até a liberação dos corpos.
As condutas e procedimentos vão do acolhimento, orientação e atendimento às famílias das vítimas, passando pela colocação de pulseiras de identificação de cada corpo que o instituto receber, até protocolos que devem ser adotados, como a conferência de documentos necessários para a devida liberação dos corpos.
Por AgoraRN
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