A pandemia global do novo coronavírus mudou os procedimentos de autópsia no Rio Grande do Norte. Desde março deste ano, o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), responsável pelos exames cadavéricos para determinar as causas das mortes que acontecem no estado, restringiu o atendimento para evitar propagação da Covid-19.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), os corpos estão sendo liberados após autópsia verbal - sem exame cadavérico - e eventualmente com "causa indeterminada" na declaração de óbito. A alteração nas diretrizes do SVO abre um novo gargalo no Rio Grande do Norte: em alguns casos, o óbito pode não ser esclarecido aos familiares.
Sem o exame de necrópsia convencional, os médicos patologistas devem declarar a autópsia verbal, a partir de análise externa do corpo e entrevista com familiares para determinar a causa aproximada da morte. Em alguns casos, a partir dessa entrevista com familiares, é possível fechar a causa da morte.
Até a manhã desta quarta-feira (22), o RN registra 28 mortes por coronavírus e 608 casos confirmados da doença.
Com a alteração, o SVO passa a receber exclusivamente corpos de morte natural que não tiveram assistência médica. Ainda segundo a Sesap, a nova medida de segurança é uma recomendação do Ministério da Saúde.
Além disso, sob orientação do Ministério da Saúde, o SVO também não está recebendo corpos de pessoas que morreram com a suspeita para Covid-19. Nestes casos, a recomendação é para que seja feita a coleta do material para o teste do coronavírus em até 6 horas após a morte.
Por GRN
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