As torcidas organizadas – vestindo camisas de times como Corinthians, Palmeiras e São Paulo – e grupos de esquerda chegaramà Avenida Paulista no início da tarde com bandeiras rubro-negras do antifascismo — o mesmo horário em que bolsonaristas costumam promover seus atos. Vestindo roupas pretas e brancas, os manifestantes entoaram gritos pela democracia e contra o presidente.
Já os bolsonaristas, por sua vez, portavam as habituais bandeiras do Brasil, além de outras, como a da Ucrânia, e símbolos americanos. Seguravam também cartazes contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Militar formou um cordão de isolamento entre os manifestantes contra e pró-Bolsonaro, na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Apoiadores do presidente ficaram concentrados, em menor quantidade, na frente do Shopping Cidade São Paulo, enquanto as torcidas estavam em frente ao museu.
Por volta das 13h30, a Tropa de Choque chegou ao local e lançou bombas para dispersar o trecho da avenida entre os dois protestos. Em seguida, houve um princípio de briga entre dois grupos contrários.
Cerca de meia hora depois, a situação se agravou quando a Tropa de Choque começou a reprimir a manifestação antifascista com mais violência. A Avenida Paulista virou cenário de guerra, com cápsulas de bombas e destroços pelo chão. Antifascistas revidaram lançando pedras e garrafas na polícia.
Por quase uma hora, os manifestantes antifascistas tentaram se manter na avenida, mas a PM atuou para impedir a ocupação da via. Uma parte dos manifestantes foi empurrada para a altura da Rua da Consolação. Um pequeno grupo permaneceu em frente ao museu.
— A gente precisa retomar esse espaço. A rua também é nossa. Vamos voltar na semana que vem – disse um manifestante, sendo aplaudido pelos outros.
Do outro lado, apoiadores do presidente se mantiveram aglomerados em frente ao shopping, carregando cartazes contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Havia também mensagens a favor de uma intervenção militar e da instituição de um regime monarquista.
Após o confronto com a polícia, princípios de brigas continuaram ocorrendo entre os antifascistas e apoiadores de Bolsonaro que tentavam se aproximar do Masp.
Antifascistas e bolsonaristas foram separados por um cordão de isolamento da PM. Bolsonaristas gritavam "Mito! Mito!". Antifascistas rebatiam com "Lixo! Lixo!". Bolsonaristas retrucaram gritando "Eu vim de graça! Vai pra Cuba", e os outros manifestantes diziam "Vai tomar cloroquina, gado!"
Segundo o coronel Álvaro Batista Camilo, secretário executivo da Polícia Militar de São Paulo, as forças de segurança agiram para evitar o confronto entre manifestantes a favor e contra o presidente. Camilo disse ainda que um desses grupos começou a atirar pedras contra as forças de segurança, mas que a polícia não sabe qual grupo começou a confusão.
— Infelizmente temos ânimos acirrados dos dois lados e a Polícia está lá para evitar confrontos — disse.
Confrontos também no Rio
Na Praia de Copacabana, houve confronto entre participantes de três protestos diferentes que ocorreram na orla na manhã deste domingo. Os apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro se concentraram em frente ao posto 5, entoando gritos em defesa do presidente e negando a gravidade da pandemia do novo coronavírus.
Por volta das 9h, membros da torcida organizada do Flamengo "Fla Antifascista" se aproximaram do local e houve agressões verbais entre os dois grupos. A Polícia Militar utilizou spray de pimenta e gás lacrimogênio para dispersar os torcedores. Cerca de uma hora depois, foi a vez de um protesto por igualdade racial chegar próximo ao grupo bolsonarista. Desta vez, a confusão foi maior, com trocas de socos. A polícia interviu novamente. Ainda não há informações sobre feridos.
Os manifestantes a favor de Bolsonaro voltaram a se reunir e realizaram o protesto ainda por duas horas. Um carro de som acusava: "A pandemia é uma farsa pra inserir o Brasil numa ditadura internacional comunista". A mensagem gravada também pedia que os manifestantes respirassem o "belo ar de Copacabana", mas alguns ainda preferiam continuar usando suas máscaras. O veículo ainda pediu a prisão de Wilson Witzel, governador do Rio, a quem chamou de "ditador corrupto".
Por EXTRA
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