Barry é o autor de "A Grande Gripe" (Ed. Intrínseca), obra seminal sobre a pandemia de influenza que matou mais de 50 milhões de pessoas entre 1918 e 1919. Bill Gates, o fundador da Microsoft que se tornou o maior filantropo do mundo no combate de epidemias, diz que este é um de seus livros de cabeceira em tempo de coronavírus.
Na obra, Barry mostra como a gripe espanhola se espalhou graças à Primeira Guerra e à política. Ele vê paralelos com a Covid-19 e alerta que o Brasil se tornou uma “notável” exceção entre os países que não reconhecem a gravidade da situação. Para ele, o presidente Jair Bolsonaro é "um idiota perigoso".
O senhor acha que a Covid-19 mudará, de fato, alguma coisa na sociedade?
Depende de por quanto tempo perdurará a pandemia. Se conseguirmos desenvolver uma vacina em breve e ela for eficiente, acredito que as coisas voltarão ao normal pré-pandêmico muito depressa. Mas se a vacina demorar ou não for quase 100% efetiva, muitas coisas irão mudar, de hábitos pessoais à cultura, ao trabalho e à arquitetura, por exemplo.
Que paralelo o senhor faz entre a postura dos líderes mundiais hoje e os da época da gripe espanhola?
As motivações são totalmente diferentes, mas os resultados são bastante parecidos. Em 1918, a maior parte do mundo estava em guerra, e os líderes de muitos países não queriam permitir que o público recebesse notícias negativas. Elas poderiam impactar o esforço de guerra ou abalar o moral. Países europeus censuravam a imprensa e nos Estados Unidos houve autocensura. Hoje, quase todos os líderes do mundo, em algum grau, reconhecem que esta é uma pandemia grave.
Por Agora RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário