Após o Estadão revelar que há pessoas vendendo na internet dados de autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), obtidos no megavazamento de 223 milhões de CPFs, o presidente da Corte, Luiz Fux, pediu providências ao ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça.
Além do ministro do governo, o colega Alexandre de Moraes, que é relator do inquérito das fake news, – aberto para apurar notícias falsas, ofensas e ameaças contra os integrantes do tribunal -, também recebeu uma versão do ofício.
“Considerando a notícia veiculada no jornal “O Estado de São Paulo” sobre a comercialização de dados dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, remeto este ofício a Vossa Excelência, bem como ao Relator do Inquérito 4781-STF, que apura ameaças aos magistrados desta Corte, para providências que considerem pertinentes”, diz o documento.
Fux considerou ‘gravíssimo’ o vazamento das informações, que incluem nome, endereço, renda, imposto de renda, fotos, participantes do Bolsa Família, scores de crédito e outros dados compilados em agosto de 2019.
A comercialização do material online foi revelada pelo repórter Bruno Romani. Além dos onze ministros do STF, foram afetados o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Como mostra a reportagem, o hacker está oferecendo informações em 37 categorias, vendidas em pacotes a partir de US$ 500. Entre os ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski é o mais afetado, com dados em 26 delas. Todos os outros também têm informações em mais de 20 categorias: Fux (23) Dias Toffoli (25), Luiz Roberto Barroso (25), Alexandre de Moraes (24), Gilmar Mendes (24), Rosa Weber (23), Kassio Nunes Marques (23), Edson Fachin (22), Cármen Lúcia (21) e Marco Aurélio Mello (21).
Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, por exemplo, têm dados de PIS, renda e salário. Já Rosa Weber tem à venda dados referentes ao imposto de renda de 2017.
Até aqui, a origem do vazamento é desconhecida. Há indícios de que as informações pertençam à base de dados do Serasa.
ESTADÃO
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