A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (11/2), a Operação Pseudeia, no âmbito da 80ª fase da Operação Lava Jato. Cerca de 15 policiais federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo, sendo três na capital e dois em Pindamonhangaba. Serão bloqueados e sequestrados valores até o limite dos prejuízos identificados – até o momento, apurados em R$ 5.261.100.
A investigação é fruto do desdobramento das apurações iniciadas pela Operação Acarajé (23ª fase ostensiva), na qual se comprovou, segundo a PF, que um representante de estaleiro estrangeiro, além de ter efetuado pagamentos ilícitos no exterior para agentes públicos e marqueteiros políticos, fez transferências a outros indivíduos até então não identificados.
Um desses suspeitos, alvo das medidas cumpridas nesta quinta, celebrou contrato de consultoria ideologicamente falso com o representante de estaleiro estrangeiro, utilizando-se, para tanto, de empresa offshore constituída em paraíso fiscal e de conta no exterior em seu nome. Com isso, foram efetuados, em 2013, pagamentos na ordem de US$ 1 milhão.
Ainda de acordo com a PF, posteriormente, o representante de estaleiro estrangeiro chegou a colaborar com as investigações, celebrando acordo com o Ministério Público Federal (MPF), que permitiu a identificação do beneficiário dos valores. Segundo o colaborador, os pagamentos foram feitos a partir de solicitação de vantagem feita pelo tesoureiro do partido político que formava o então governo federal.
Com base em tais informações, a Polícia Federal localizou mensagens que comprovavam o relacionamento entre o investigado e o colaborador. A PF identificou também que teriam ocorrido tratativas em 2014 para pagamento de mais de US$ 600 mil ao investigado. Na sequência, houve, por parte das autoridades suíças, o encaminhamento de informações que permitiram identificar que a conta no exterior pela qual o investigado havia recebido US$ 1 milhão era controlada formalmente por ele.
Os investigadores confirmaram que o acusado tinha outra conta no exterior e que, nos anos de 2014 e 2015, mesmo após a Lava Jato ter sido deflagrada, efetuou diversas transferências bancárias fora do país para, por meio de operações de dólar-cabo, encerrar as contas e internar irregularmente os valores recebidos à margem da lei. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela PF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário