A decisão de Edson Fachin vai muito além da anulação dos processos que levaram à condenação de Lula. Sim, salvar a pele de Sérgio Moro e dos procuradores federais da Força Tarefa também compõe a face mais visível e politicamente impactante para o momento. Mas não ficará só nisso. A coisa é muito maior.
A julgar pelo que Focus ouviu de vários interlocutores que sabem fazer a leitura das entrelinhas jurídicas, a decisão pode funcionar como uma grande lavanderia que tende a anular também muitas das decisões que envolveram empreiteiras, empresas e pessoas físicas relacionadas no que ficou conhecido como o maior esquema de corrupção já visto no planeta.
Os processos que envolviam a Transpetro, subsidiária da Petrobras, também foram retirados da competência de Curitiba. Bingo! Portanto, seu ex-presidente, o cearense Sérgio Machado, ganhou um flanco escancarado para ter seus casos anulados.
E a Odebrecht, a OAS, a Queiroz Galvão? Sim, todos as pessoas jurídicas e físicas têm a chance de ouro para que as decisões que os envolveram sejam anuladas.
Lembram-se de Eduardo Cunha, o então presidente da Câmara que foi cassado por, supostamente, ter influenciado, quando era um deputado do médio clero, em negócios da Petrobras com um país africano? Ora, o que vale para Lula vale para Cunha, não é?
A questão que vai sobrar é a seguinte: os erros processuais eliminam a corrupção e perdoam os corruptos? Claro que não. A bandalheira existiu. É fato que nem o mais fanático torcedor da geral tem coragem de negar.
Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br
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