Com uma grande diversidade na perícia criminal, um dos setores mais conhecidos de atuação do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN) é o da papiloscopia, que em resumo é o responsável pela coleta, identificação e arquivamento das digitais humanas, de pessoas vivas ou falecidas. Porém, durante uma investigação criminal, esse trabalho é ainda mais amplo.
É o perito criminal que atua no Setor de Perícias de Biometria e Papiloscopia Aplicadas do Instituto de Criminalística, por exemplo, o responsável por conseguir encontrar impressões digitais em um local de crime, tanto em superfícies na própria ocorrência quanto em objetos que são retirados desses locais e levados para a realização de exames mais detalhados. Essas digitais são capazes de confirmar se uma pessoa esteve ou não em um determinado espaço.
Um exemplo desse trabalho aconteceu em um famoso caso em Natal. Um homem foi morto dentro de seu apartamento e dois suspeitos foram detidos. Um deles, no entanto, afirmou que havia ficado na sala, assistindo televisão, enquanto o comparsa cometia o crime. Entretanto, o trabalho pericial dos profissionais do Itep encontrou uma impressão digital em um papel manchado de sangue. Na comparação desse material com as digitais do suspeito, foi confirmado que ele participou do assassinato.
Além da capacidade dos peritos, o trabalho da papiloscopia do Itep também conta com investimentos em equipamentos. Um deles é a Câmara de Vaporização de Cianoacrilato, adquirido este ano por cerca de R$ 150 mil com recursos de um convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). “Nesse equipamento nós conseguimos encontrar as digitais em qualquer material liso, não poroso”, destacou o perito criminal Paulo Vale, que atua no setor de papiloscopia.
Segundo o profissional, esse trabalho promovido pelo Itep é indispensável para que a investigação de um crime avance. “O artigo 158 do CPP (Código de Processo Penal) deixa clara a importância da perícia, inclusive destacando que ela vale mais do que a própria confissão de uma pessoa”.
Ocâmara
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