O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou os municípios de São Paulo mais atingidos pelas chuvas nesta terça-feira, 1, e, ao lamentar as mortes ocorridas, disse que o governo federal deu início às medidas necessárias para “minorar o sofrimento das pessoas”. “Prefeitos apresentam suas necessidades e faremos todo o possível para atendê-los”, afirmou no município de Francisco Morato, na Região Metropolitana.
Bolsonaro disse ainda que “faltou alguma visão por parte de futuro” a quem levanta edificações em regiões de risco. “Muitas vezes constroem a sua residência por necessidade”, completou.
Ao menos 24 pessoas morreram e mais de 2.824 famílias estão desabrigadas em 31 municípios atingidos da Região Metropolitana da capital e do interior do Estado. Oito crianças estão entre as vítimas. A Defesa Civil do Estado de São Paulo contabiliza, ainda, treze feridos e dez desaparecidos. Alerta emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) vigente até esta terça-feira aponta que ainda há “risco de alagamentos, transbordamentos de rios e deslizamentos na região.
Participaram os ministros Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura; Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral; João Roma, da Cidadania; Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional e Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Sem citar o valor previsto a ser repassado às prefeituras, o ministro Rogério Marinho se comprometeu a conversar com os prefeitos nos próximos 15 dias sobre “linhas de financiamento e formas de trabalhar em conjunto com obras estruturantes de maior vulto”, mas defendeu que a prioridade agora é ajudar emergencialmente as famílias. “Esse momento é de solidariedade às famílias que tiveram vítimas, de acolhimento às pessoas que estão desabrigadas, de trabalharmos em conjunto com o governo do Estado, municípios, sociedade civil e trabalhar no planejamento de que forma vamos recuperar os estragos”, disse.
Perguntado sobre um ofício em que o governador João Doria (PSDB) solicita ajuda financeira de cerca de R$ 470 milhões ao governo federal, Marinho alegou que Doria sabe que “não é dessa forma” que o pedido deve ser feito. O ministro também defendeu que o tucano deveria apresentar a solicitação de recursos para obras de contenção na previsão orçamentária, pois, acredita, “não diz respeito ao momento que estamos vivendo”. “Não é à Defesa Civil, mas ao Orçamento Geral da União”, defendeu. “Agora é tratar das pessoas”.
Marinho pontuou que dialogará diretamente com os prefeitos sobre a fatia das verbas destinada às ações emergenciais. “O governador pede R$ 50 milhões para ações emergenciais. Mas os prefeitos vão dizer as necessidades das prefeituras”, completou o ministro, garantindo que atenderá “todas as revindicações.”
O secretário nacional da Defesa Civil, Alexandre Lucas, reforçou a lei obriga o governo federal a atender apenas demandas específicas solicitadas via Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres. “Os R$ 450 milhões são para prevenção, é um pleito justo, antigo, de São Paulo para prevenção. Não é o que estamos discutindo agora”, afirmou.
Ao lado de Bolsonaro, o prefeito de Cajamar e presidente do Consórcio Intermunicipal dos Municípios da Bacia do Juquery, Danilo Joan, reclamou que a região “foi esquecida” e que todas as reivindicações da região, que já sofreu com deslizamentos em outras ocasiões, são “sempre encaminhadas ao governo do Estado”.
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