A pesquisa de intenção de voto Genial/Quaest, divulgada nesta quarta, 16, trouxe um dado curioso sobre o crescimento de Jair Bolsonaro.
Enquanto o atual presidente ganhou dois pontos em relação ao levantamento anterior, o ex-ministro Sérgio Moro perdeu exatamente dois pontos na comparação com os dados de fevereiro.
Embora não seja possível garantir que os dois pontos de Moro foram para Bolsonaro, cientistas políticos e especialistas já admitem, nos bastidores, que talvez o presidente esteja reconquistando votos que havia perdido dentro do espectro político da direita e que engloba o seu ex-ministro da Justiça.
Se esse for o cenário, Lula não teria perdido força em relação a Bolsonaro, ao menos neste levantamento, mas o atual presidente pode estar – na verdade – ganhando terreno entre os eleitores que já decidiram votar em candidatos de direita.
Segundo a pesquisa, Bolsonaro tem agora 26% das intenções de voto. Em fevereiro, esse número era de 24%. O ex-presidente Lula manteve os 46% que já tinha registrado no mês anterior. Já Sérgio Moro saiu de 8% em fevereiro para 6% agora.
A queda de Moro pode ser explicada pelos desafios que ele enfrentou nos últimos dias, principalmente com a polêmica envolvendo as declarações do deputado Arthur do Val sobre as mulheres ucranianas.
O ex-ministro havia se aliançado a Arthur e precisou recuar rapidamente para tentar desvincular sua imagem à do deputado após as suas falas repulsivas.
Além de subir nas intenções de voto, outra boa notícia para Bolsonaro foi a melhora na avaliação do governo.
Segundo o levantamento Genial/Quaest, 24% dos entrevistados consideram o governo positivo, dois pontos a mais do que o registrado em fevereiro.
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Ao mesmo tempo, a avaliação negativa caiu dois pontos, ficando em 49%. A avaliação do governo como ‘regular’ se manteve em 25% entre fevereiro e março.
Ainda que não tenha retirado pontos de Lula nas intenções de voto, Bolsonaro talvez tenha ganhado espaço contra o petista em outro ponto da pesquisa.
O atual presidente ganhou dois pontos na pergunta “Nas eleições de 2022, quem você prefere que vença?”. Em fevereiro, Bolsonaro tinha 24% dos votos. Agora, tem 26%.
Por outro lado, Lula perdeu um ponto: tinha 45% em fevereiro e agora tem 44%. Os que escolheram a resposta “nem Bolsonaro nem Lula” se mantiveram em 25% e os indecisos caíram de 6% para 5% entre uma pesquisa e outra.
Por fim, a pesquisa também mostra que a percepção do brasileiro em relação à economia melhorou e a preocupação com a pandemia diminuiu.
Para 19% dos entrevistados, a economia do Brasil melhorou no último ano. Na pesquisa anterior esse número era de 13%.
Ao mesmo tempo, houve queda no número de pessoas que acha que a economia piorou: de 63% em fevereiro para 60% agora.
Em relação à pandemia, 43% se dizem pouco preocupados com a situação. Em fevereiro, esse número era de apenas 27%. Já os muito preocupados são agora 44%, queda expressiva em relação aos 67% que se diziam muito preocupados em fevereiro. Os ‘nada preocupados’ são 13% agora. Em fevereiro, eram 7%.
Bolsonaro tem nas mãos mais uma pesquisa positiva para seu governo e para os seus planos que, por mais difíceis que sejam, são, sim, de buscar a reeleição. Embora não pareça estar perdendo tanta força, Lula precisa analisar os números e tentar conquistar terreno entre os eleitores que ainda podem mudar de ideia até outubro.
Por Veja - MATHEUS LEITÃO
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