Poucos meses após uma fusão entre a 3R e a Enauta, que deu início à Brava Energia S/A, a nova petrolífera indicou que pretende vender ativos onshore no Rio Grande do Norte. A informação consta em Fato Relevante publicado no site da empresa nesta terça-feira (17). O perímetro da possível transação compreende 11 concessões de óleo e gás localizadas na Bacia Potiguar, que registraram uma produção média diária de aproximadamente 250 barris de óleo equivalente no período compreendido entre janeiro e novembro de 2024. Segundo informações do Radar Econômico, da Veja, a expectativa é de levantar pelo menos US$ 3 bilhões com a política de desinvestimentos da Brava. Os campos onshore da petrolífera ficam no RN, Bahia e Ceará.
“A contratação decorre da revisão do planejamento estratégico da Brava, após a incorporação da Enauta pela Companhia, e tem por objetivo avaliar oportunidades de otimização do portfólio e maximizar o retorno ao acionista”, aponta documento assinado por Rodrigo Pizarro, diretor financeiro e de relações com investidores.
Ainda segundo o documento, a Companhia disse que assinou contrato de exclusividade com a Azevedo e Travassos S. A. e a Petro-Victory Energy Corp. para a potencial venda de concessões de óleo e gás no RN. O contrato prevê uma exclusividade por um prazo de 30 dias para negociação dos documentos definitivos.
Segundo informações do portal Nord Investimentos, a Brava Energia terá o Itaú BBA como assessor financeiro na avaliação de potenciais vendas de ativos. “Por fim, a Brava reforça o seu compromisso em manter seus investidores e o mercado em geral devidamente informados, em linha com as melhores práticas de governança corporativa e em estrita conformidade com a legislação em vigor”, encerra o Fato Relevante publicado pela Brava.
O CEO da Brava Energia, Décio Odonne, esteve no Rio Grande do Norte no final de novembro durante a Mossoró Oil & Gas e destacou potencialidades do onshore brasileiro. Na visão de Oddone, os principais desafios que têm se apresentado atualmente às empresas independentes do setor são: em nível global, a transição energética, as incertezas sobre a demanda por petróleo e a volatilidade dos preços. Já no cenário nacional, se soma nessa equação a regulação. “Não se pode enxergar da mesma forma as realidades que se apresentam tão distintamente em todo o território nacional”, afirma.
No âmbito regional, Oddone destacou ainda o trabalho dos órgãos licenciadores como fundamental para destravar novos investimentos. “Nós queremos aumentar o investimento, aumentar a produção, mas a gente precisa que o licenciamento nos ajude nisso. Precisamos de entendimento dos órgãos reguladores nacionais e regionais para a importância da operação desses campos que são pequenos, individualmente, mas que são muito importantes, principalmente, para as comunidades locais”, disse ele.
Acordo
O acordo de fusão entre as petrolíferas brasileiras 3R Petroleum e Enauta foi anunciado em Fato Relevante em 17 de maio de 2024. O acordo foi aprovado pelos acionistas em 26 de junho. A fusão representou uma negociação em torno de R$ 6 bilhões, com o negócio representando o início de uma consolidação mais ampla da indústria de óleo e gás do Brasil. A nova empresa que surge da fusão tem capacidade para produzir mais de 100 mil barris por dia de petróleo e gás, ficando entre as top-5 do Brasil.
Antes da fusão, a 3R negociava com a petroleira baiana PetroReconcavo, mas a negociação foi suspensa após uma proposta feita pela Enauta Participações de combinação de negócios, que foi avaliada e aprovada pela 3R. No Estado, a 3R assumiu em junho de 2023 a operação de 22 campos de óleo e gás, antes da Petrobras, bem como toda a infraestrutura e sistemas de dutos associados; e o Ativo Industrial de Guamaré, que compreende as unidades de processamento de gás natural (UPGNs), a refinaria de Clara Camarão e o Terminal Aquaviário de Guamaré, um TUP (terminal de uso privado).
Tribuna do Norte
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